Há uma notícia em circulação relatando que uma criança de 2 anos de idade foi sentenciada à prisão perpétua na Coreia do Norte.
De acordo com o relatório da organização Korea Future, o episódio aconteceu em 2009, na cidade de Hoeryong, província Hamgyong Norte.
O documento explica que uma família de cinco pessoas foi abordada durante a noite e presa por posse de uma Bíblia. Três gerações da família foram sentenciadas a prisão perpétua, inclusive a criança de 2 anos.
Na Coreia do Norte, país número 1 da Lista Mundial da Perseguição 2023, há punição caso se descubra que a pessoa é cristã. A família também é punida, mesmo que não siga a mesma fé. Além disso, as gerações seguintes são marcadas pelo governo, constantemente vigiadas e até punidas por causa da fé dos antepassados.
Motivo dessa sentença foi o fato de os membros da família estarem em posse de uma Bíblia cristã, algo estritamente proibido no país
TERROR ÀS CRIANÇAS
Até mesmo as crianças podem ser castigadas pelos supostos crimes cometidos por seus pais. Um exemplo disso é o cristão norte-coreano Timothy Cho, que visitou o Brasil e participou do culto pelos 45 anos da Portas Abertas no Brasil. Ele foi abandonado pelos pais aos 8 anos na Coreia do Norte e por ser filho de “traidores” perdeu o direito de estudar.
Desde pequenas, as crianças norte-coreanas são doutrinadas a serem leais aos líderes da família Kim e a identificar pessoas que tenham uma fé ou sejam supersticiosas. Além disso, esses meninos e meninas presenciam prisões e até execuções de cidadãos considerados traidores do governo.
– Na Coreia do Norte há muitas propagandas anticristã com vídeos, filmes, peças e textos – explica Cho.
De acordo com Timothy Cho, há uma estória em uma cartilha escolar sobre um menino que estava cuidando de sua mãe doente e precisou buscar lenha na floresta. Ele pegou uma maçã que caiu no chão e encontrou o missionário no caminho de volta. Pela fruta estar na propriedade do missionário, esse menino foi acusado de ser ladrão, amarrado na árvore e morto com ácido.
Essas narrativas amedrontam e tornam essas crianças em cidadãos crédulos em seus líderes. Em longo prazo, elas serão fiéis ao regime e peças essenciais para a manutenção do governo da Coreia do Norte.